Um pódio inédito para o Brasil nas Olimpíadas de Paris 2024 e a construção do atleta que venceu o preconceito e a rejeição.
Disputando sua quarta olimpíada, Caio surpreendeu à todos ao mostrar o resultado de um atleta que é treinado pela mãe.
Gianetti Sena Bonfim, mãe de Caio conta que, para chegar ao pódio de qualquer competição, o estilo de marchar do filho precisou ser adaptado ao estilo europeu, pois só assim, ele seria visto pelo mundo.
No início, Caio não tinha patrocínio nem bolsa atleta, então, a família quem investia nos treinos do atleta.
Torcer para o Brasil medalhar em diversas modalidades é necessário, mas conhecer os atletas que nos representam também é importante.
Voltando um pouco, lá em 1991, aos 7 meses de idade, Caio foi diagnosticado com meningite e teve duas pneumonias graves. Ainda criança, desenvolveu intolerância à lactose e, pela falta da ingestão de leite e derivados ficou com as pernas arqueadas e, aos três anos precisou passar por uma cirurgia ortopédica.
Esses obstáculos não foram suficientes para interromper os sonhos e objetivos de Caio.
Sua carreira esportiva começou no futebol. Bonfim integrou a academia de base do Brasiliense e atuava como lateral-esquerdo. Aos 13 anos, Caio resolveu mudar o rumo da vida no esporte, e partiu para o atletismo, herança de família. Gianette Bonfim, mãe de Caio é ex-atleta e foi campeã oito vezes na modalidade em que o filho medalhou na madrugada de hoje.
Os pais de Caio comandam juntos o Centro de Atletismo do Sobradinho (CASO), que é voltado ao trabalho de incentivo ao atletismo para crianças e jovens de alto rendimento.
Caio se formou nesse centro de atletismo, assim como Gabriela Muniz e Max Batista, que também disputaram as Olimpíadas de Paris na mesma modalidade.
Caio já participou de quatro Olimpíadas e só agora conquistou a medalha de prata, numa categoria que o Brasil ainda não havia conquistado medalhas.
Bonfim conquistou o quarto lugar nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Já em mundiais, o atleta possui dois bronzes, conquistados em 2019 e 2023.
Em entrevista, Caio declarou que passou por cima de muita coisa, e conseguiu superar o preconceito e rejeição que sofreu antes de se tornar atleta: “A prova em si não foi difícil. Difícil mesmo foi quando eu comecei a marchar até chegar aqui. Venci o preconceito e a rejeição de ter sido desacreditado”
Caio Bonfim (Foto:Alexandre Loureiro, COB)
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